De Yukio Mishima (1925-1970)
(Pseudonyme de Kimitake Hiraoka)
Este livro de Mishima com título que lembra os romances Sabrina concentra-se na personagem da jovem Etsuko. Fria, ela assiste com certo prazer à morte do marido, Ryosuke, que, ela imagina, a enganava e a tratava com a mais dolorosa indiferença. Viúva, passa a viver na casa do sogro, Yakichi, e torna-se sua amante. Na mesma casa, no campo, vivem os cunhados, cunhadas de Etsuko e as crianças.
Etsuko, uma aristocrata, apaixona-se por um dos empregados da casa de Yakichi, o jovem e belo Saburo. Guiada pela paixão, pelo egoísmo e pelo ciúme a jovem aristocrata manipula o sogro e o próprio Saburo que mal percebe o que acontece ao seu redor e muito menos os sentimentos que inspira. Na sua simplicidade de homem do campo o rapaz é mais dado às sensações que aos sentimentos, ele e Miyo, também empregada da casa, fazem amor quando sentem vontade de fazer amor, sem refletir sobre o sentimento em si, sem nada que os una além da atração física. Miyo fica grávida de Saburo e é nesse ponto que a narrativa corre e todas as facetas de Etsuko são claramente mostradas. Ela não pode perdoar a Saburo o fato de amá-lo e não ser correspondida (se é realmente amor o sentimento que ela nutre), o fato de sofrer por ele.
Mishima nasceu em Tóquio, em 1925, é mais conhecido no ocidente pela morte espetacular do que pela obra em si. Em 1970 suicidou-se segundo o ritual do Seppuku, o suicídio foi minuciosamente preparado, ao final do ritual teve a cabeça decepada, como mandava o figurino. Masakatsu Morita, aparentemente amante de Mishima, tinha sido designado para esta tarefa mas não foi capaz de cumpri-la, Koga terminou o trabalho e Masakatsu, por sua vez, matou-se também de acordo com o ritual.
Mishima escreveu 40 novelas, uma vintena de peças de teatro, mais de vinte livros de conto e vários ensaios. Foi três vezes candidato ao prêmio Nobel.
Leila Silva Terlinchamp
obs: Disponível em nossa biblioteca.
Aucun commentaire:
Enregistrer un commentaire