PARIS (AFP) - O Movimento contra o Racismo e pela Amizade entre os Povos (MRAP), uma das mais importantes organizações francesas contra o racismo, se pronunciou nesta segunda-feira a respeito da polêmica em torno de "Tintim", um dos personagens mais famosos no mundo dos quadrinhos e que tem sido constantemente acusado pelo conteúdo racista em suas histórias.
A MRAP solicitou à Editora Casterman, que publica os diferentes álbuns de "Tintim", que inclua na nova reedição do livro "Tintim no Congo" um chamado de alerta contra os "preconceitos raciais".
A posição da MRAP, que reiterou seu "compromisso com a liberdade de expressão", foi mais contida em comparação a outras sobre o mesmo tema, que reclamaram claramente e até pediram que o álbum fosse posto fora de circulação.
Esse novo episódio do controverso "Tintim no Congo" começou em julho, quando a Comissão britânica para a Igualdade das Raças (British Commission on Racial Equality) acusou o livro de racista e pediu que ele fosse retirado de circulação.
Por essas denúncias, a Borders, uma das grandes livrarias britânicas, decidiu retirar o livro da seção "literatura para crianças" e colocá-lo em "Tiras cômicas para adultos".
Poucos dias depois, um estudante do Congo da Universidade livre de Bruxelas apresentou, na justiça da Bélgica, uma queixa para denunciar o caráter racista da publicação e para solicitar que ela fosse retirada de venda.
No início de setembro, o Conselho Representante das Associações Negras (CRAN), na França, considerou a tira ofensiva e solicitou à Casterman que a retirasse das livrarias.
"Nesta tira cômica, os estereótipos sobre os negros são particularmente numerosos", afirmou Patrick Lozès, presidente do CRAN, organismo criado em 2005 e que afirma reunir cerca de 120 associados.
"Os negros são mostrados como imbecis e até mesmo os cachorros e os animais falam francês melhor", disse Lozès, recordando que o próprio autor da tira, Georges Remi (Hergé), havia reconhecido que teria escrito a tira "sobre forte influência da época colonial".
"Tintim no Congo" foi publicado pela primeira vez em 1930, pela revista belga Le Petit Vingtième e logo depois pelas Edições Casterman, que obteve os direitos de publicação exclusiva dos diferentes livros que narram as aventuras do jovem repórter.
Este álbum foi lançado após "Tintim no país dos soviets", em que Hergé utilizou como fonte de documentação um panfleto marcadamente anti-soviético, escrito por um ex-cônsul belga.
"Timtim no país dos soviets" não foi republicado pela Casterman e os exemplares publicados em 1920 se tornaram em objeto de colecionadores e de numerosas falsificações, antes de uma edição em série em 1981.
Hergé afirmou mais tarde que no momento que criou os dois álbuns vivia em um meio que prejudicava sua visão sobre a antiga União Soviética.
"Era em 1930 e eu não sabia nada sobre esse país, além do que as pessoas relatavam nessa época", afirmou.
Hergé defendeu sua obra alegando que os personagens eram fictícios e que se eles faziam os brancos sorris, também podia fazer os congoleses gargalhar porque lhes dava motivo para debochar da estupidez dos brancos que os viam como eram representados pela tira cômica.
source: yahoo
A MRAP solicitou à Editora Casterman, que publica os diferentes álbuns de "Tintim", que inclua na nova reedição do livro "Tintim no Congo" um chamado de alerta contra os "preconceitos raciais".
A posição da MRAP, que reiterou seu "compromisso com a liberdade de expressão", foi mais contida em comparação a outras sobre o mesmo tema, que reclamaram claramente e até pediram que o álbum fosse posto fora de circulação.
Esse novo episódio do controverso "Tintim no Congo" começou em julho, quando a Comissão britânica para a Igualdade das Raças (British Commission on Racial Equality) acusou o livro de racista e pediu que ele fosse retirado de circulação.
Por essas denúncias, a Borders, uma das grandes livrarias britânicas, decidiu retirar o livro da seção "literatura para crianças" e colocá-lo em "Tiras cômicas para adultos".
Poucos dias depois, um estudante do Congo da Universidade livre de Bruxelas apresentou, na justiça da Bélgica, uma queixa para denunciar o caráter racista da publicação e para solicitar que ela fosse retirada de venda.
No início de setembro, o Conselho Representante das Associações Negras (CRAN), na França, considerou a tira ofensiva e solicitou à Casterman que a retirasse das livrarias.
"Nesta tira cômica, os estereótipos sobre os negros são particularmente numerosos", afirmou Patrick Lozès, presidente do CRAN, organismo criado em 2005 e que afirma reunir cerca de 120 associados.
"Os negros são mostrados como imbecis e até mesmo os cachorros e os animais falam francês melhor", disse Lozès, recordando que o próprio autor da tira, Georges Remi (Hergé), havia reconhecido que teria escrito a tira "sobre forte influência da época colonial".
"Tintim no Congo" foi publicado pela primeira vez em 1930, pela revista belga Le Petit Vingtième e logo depois pelas Edições Casterman, que obteve os direitos de publicação exclusiva dos diferentes livros que narram as aventuras do jovem repórter.
Este álbum foi lançado após "Tintim no país dos soviets", em que Hergé utilizou como fonte de documentação um panfleto marcadamente anti-soviético, escrito por um ex-cônsul belga.
"Timtim no país dos soviets" não foi republicado pela Casterman e os exemplares publicados em 1920 se tornaram em objeto de colecionadores e de numerosas falsificações, antes de uma edição em série em 1981.
Hergé afirmou mais tarde que no momento que criou os dois álbuns vivia em um meio que prejudicava sua visão sobre a antiga União Soviética.
"Era em 1930 e eu não sabia nada sobre esse país, além do que as pessoas relatavam nessa época", afirmou.
Hergé defendeu sua obra alegando que os personagens eram fictícios e que se eles faziam os brancos sorris, também podia fazer os congoleses gargalhar porque lhes dava motivo para debochar da estupidez dos brancos que os viam como eram representados pela tira cômica.
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